Tristezas solenes

Tristezas solenes.

Dores pungentes.

Gente tratada como coisas,

Trapos e esgotos.

Tristezas solenes

Drapejadas nas rugas

De um rosto humano

Lágrimas escorrem discretas

Como a chuva fina e se espalham

Em ventanias

E lançam gemidos lancinantes,

Lacerantes

Dividindo a alma em microcosmos ocos,

Sem sentido e nem

Expressão.

Tristezas solenes

Aparecem bem trajadas

Em dias de chuva,

No cenário da cidade

em pandemônio afogada

em mágoas e traumas...

O chiado da chuva no chão

a grunhir dores inconscientes...

a bramar por vinganças surdas e

sangrentas do cair da tarde...

Fim do dia.

Fim da tristeza solene.

O rímel escorre da face,

pincelando trevas num

semblante perturbado,

nublado.

Chove lá fora.

Intensamente.

Chove aqui dentro

Secretamente.

Pingando na alma árida

o milagre do renascimento.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 10/12/2009
Reeditado em 22/02/2010
Código do texto: T1970932
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