Se eu morresse agora

Me sentiria finalmente livre, liberto dessa vida

A qual alegrar-me-ia muito ter partido,

Com raiva de alguns, ódio de outros,

Tristeza do porquê do meu nascer... assim sucessivamente...

Uma lágrima de meus olhos talvez correria,

Pela minha fria face embevecida de alegrias não vividas,

Do meu amor por uma guria, que não sabe o que é amor,

Morreria agora por causa de uma bela esquecida...

Ninguém sentiria falta de minha ausência,

Uma vez que morrerei até em seus pensamentos,

Inclusive no de minha amada que não perderá tempo...

Simplesmente me enterrariam e não lembrarão de quem morreu.

Ah minha mãezinha... De ti realmente tenho pena,

Eis a única que realmente choraria pela minha ida.

Deus te abençoe mãezinha querida... estou morrendo agora,

Pela enfermidade de meu semblante obscuro de não ser amado...

Sou um poeta fútil, cuja existência inútil

Faz de minha inexistência útil até agradável,

De um poeta moribundo, de amar sem ser amado,

Rejeitado até desgraçado.

Se eu morresse agora, nenhuma falta faria,

Àqueles que dizem ser meus amigos,

Que ao menos espantados ficariam

Que fui para uma vida melhor – espero que seja.

Deus deve ter muita piedade de mim,

Para que esse feito “mágico” acontecesse agora.

Tão feliz ficaria, pois morreria escrevendo estes versos,

Versos mudos para qualquer ser que o lessem.

Morte “minha amiga” dá-me este presente,

E passarei um bom Natal com Meu Deus Meu Senhor,

Este e vários outros natais com muita certeza de ter várias companhias

Boas com certeza e puras também.

Em meu túmulo, escrevam somente o necessário,

Não dizendo que aqui jaz um poeta,

Para que as outras pessoas não fiquem com pena de mim,

Por ser um mero e simples poeta.

Minha vida que passaria por minha mente como um filme

Verei o quanto errei – principalmente por não tê-la amada.

Um filme errante quanto a noite,

Que me mostrará apenas os bons momentos que passei.

Que eu durma em paz, tranqüilo e feliz

Em um sono eterno junto a mim.

No meu sepulcro sozinho a refletir:

O quanto perdi por ter morrido agora...

Víctor Victório
Enviado por Víctor Victório em 27/01/2010
Reeditado em 19/01/2018
Código do texto: T2054360
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