Lithium

Meu lithium está no fim.

Minha casta sanidade

Recobre-me os olhos

Famintos de paz de espírito.

Meu ponto de fuga

Se desfez em arestas infinitas

De um tom visivelmente transparente

Devorado pela minha ânsia esmagadora.

Não há espaço

Para o último golpe de pincel.

A tela jaz morta e negra.

Pingando lágrimas do tecido impuro.

Pendem também minhas mãos

Por entre pincéis e tristezas.

Desfalecendo com o corpo morno

Em lagos de tinta e de sonhos.

Alex Dumal
Enviado por Alex Dumal em 01/08/2006
Reeditado em 18/09/2010
Código do texto: T206450
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