O ÚLTIMO GRITO

Sinto o meu sangue jorrar

e não tenho prantos para chorar

sei que um dia todos irão se lembrar

daquela que morreu por acreditar.

Meus olhos só podem fitar o escuro

meu corpo já esta frio,inerte e duro.

Tantas noites desertas,

tantos amores incertos

tantas dores no peito.

Tão difícil ver a vida assassinada.

Tão difícil ver que meu último grito

não foi ouvido...

Será que alguém teria prantos,

teria voz, ou seguer

um gesto para esse momento?

Ao redor as flores vão dizer

que eu morri de viver.

As velas nos castiçais vão dizer

que eu vivi para morrer.

Solitário esta meu corpo

que já começa a vagar.

Será que alguém vai se importar?

Será que alguma flor vai se abrir?

Pra que falar, pra que chorar,

se agora de nada vai adiantar.

Agora que não há

mais amor em meu coração.

Agora que eu sinto que já morri para todos,

principalmente para você...

Ninguém vai ver minha partida

não quero deixar prantos na despedida.

Guarde meu nome contigo,

meu nome é nome, só nome

é simples mas decisivo,

eu parto sem chorar dor,

eu parto mas deixo aqui o que fui...

Deixo amor...

SOLANGE CASTILHO

Solange Cardozo dos Santos Castilho
Enviado por Solange Cardozo dos Santos Castilho em 04/08/2006
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