Réquiem a um gato atropelado
Rebenta a carne putrefata
Em gases orgânicos de carniçaria,
Entre o asfalto quente e a alma fria
Do Homo Ínfimus dentro de sua lata.
Aquele gato que outrora respirava,
Agora exibe as vísceras em suas extensões,
Com a anatomia reduzida a duas dimensões,
Pelo pneu grosseiro que passava.
Sem demora chegam os dípteros suínos,
Se banqueteando com os destroços felinos
E zumbindo idolatrias à podridão!
Mais um animal morre na estrada
Esmagado pela borracha vulcanizada,
Do homem enlatado sem coração...