A TARDE DESMAIA

A tarde desmaia em mim

os invernos que nunca esqueço.

A solidão percorre o vazio,

tremo de frio,

nem sei se mereço.

Mas, de tudo,

o que mais dói

não é a solidão...

não é o frio...

A tarde é o que dói em mim,

nesse imenso e confinado vazio...

Não haveria mais a espera,

não deveria existir tanta demora,

O muito de mim é o que já era

E o pouco pertence a outrora...

A tarde desmaia em mim

o vazio de cada hora...

Os invernos do que fui

me congelaram em desilusões e tristezas...

E a tarde, agora, desmaia em mim

um turbilhão de incertezas...

Lenta é a queda da tarde,

longos são os instantes sombrios...

A tarde desmaia em mim

todas as dores e desvarios...

Sofro no inverno mais longo

dos tantos porque já passei...

A tarde desmaia em mim

a certeza de que nada mais sei...

ENIGMA
Enviado por ENIGMA em 11/08/2006
Reeditado em 16/03/2013
Código do texto: T214156
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