Ouve-me

Ouve-me

Mas ouve-me com atenção

Não com a atenção que dás ao amor

Não com a atenção que dás á vida

Mas ouve-me com a atenção que dás á dor

Ouve-me com a atenção que dás á ferida

Mas não essa ferida que guardas no peito

Não essa ferida que te faz sofrer

Mas sim esta ferida, esta que já não tem jeito

Esta que me leva (sem pressa) a morrer

Mas não, não essa morte carnal

Não essa em que resta a lembrança

Mas sim esta morte sem igual

Da qual não restará nem a esperança

Por isso ouve-me

Ouve-me antes que seja tarde

Ouve-me como se eu fosse uma canção

Mas não essa canção de amizade

Que te adormece o coração

Ouve-me como uma canção que desperta

Que te recorda desta ferida aberta

Esta ferida que tu abriste

No dia em que de mim saíste.

Ouve-me:

-Adeus.

TrabisDeMentia
Enviado por TrabisDeMentia em 14/08/2006
Código do texto: T216178