Crepúsculo

Há um segundo eu era deus

Agora sou um asno

A me empanturrar com este marasmo

E a arrotar descrença e conformismo

Um dia fui alguém

Hoje vendo a alma

Para comprar o pão

Que o próprio diabo amassou

Ontem fui o tudo

Amanha eu já não sou

E me pergunto:

— Onde foi que tudo isso se perdeu?

— O que foi que me restou?

Hoje não me sei

Simplesmente sou o fim

Dos dias, louco cato o que sobrou

Do homem, do deus, de mim

Hoje sou só o resto de um amanhã que não existe...

Rafael Sampaio
Enviado por Rafael Sampaio em 14/04/2010
Código do texto: T2197422
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.