O Desabafo.
Eu não agüento mais essa vida longa e sofrida.
Há muito me resta uma gota de força para a lida,
Já me cansei de viver de migalhas, da minha própria energia.
Desde os dias em que o perigo me escravizou,
Tenho lutado dia e noite contra a força que sucumbe minh’alma.
Vem de dentro para fora e a de fora para dentro,
Puxa-me, tanto que já passei do chão,
Meu coração soluça de imensa dor que explode meu peito,
Fazendo perder as forças em meus membros e o ânimo da minha alma,
Ele inflama de tanta dor, fazendo com que eu tenha desprezo pelo meu ser.
Onde tantas vezes tentei contra mim mesmo,
Em minha assepsia, lançar meu peito contra
Cravos de metal, de tanta dor que eu sentia,
Oh meu Deus! Só tu fazias tornar a mesma coragem que eu tinha
Em uma grande covardia.
Não conto às vezes que em meu quarto,
Os meus olhos mergulhavam meu travesseiro em sangue,
Onde não eram apenas lágrimas, mas uma grande dor que me consumia,
Outras vezes tentei chorar, mas as lágrimas entupidas por
Um grande entalo de tamanha dor sofrida; não consegui...
A minha vida perdi e muito por viver,
Tenho nojo de mim, muito quis morrer
Entre muita coisa aprendi, e defeitos adquiri,
As culpas dos outros sobre mim sempre senti
E responsabilidade em sua vida sempre posso ter.
Há muito me sinto fraco, forças pra mim não restou,
Mas quando estou preste a me entregar,
Mais uma gota cai do céu, para que eu possa me rastejar.
Cansado estou de viver de migalhas da minha própria energia.
Eu sei que há possibilidade de tudo isso passar,
Pois como um prisioneiro, por socorro gritarei,
E no grande dia em que eu vencer, poderei dizer :
LIBERDADE ! Do último grito que darei.
Jocca Zêmiph. (24/01/2006).