O poeta na chuva

O poeta na chuva, percebe que está sozinho

Na chuva e no escuro.

Ele sente que tem culpa,

Deveria ter guardado aquelas palavras duras,

Ou ter escondido, aquele pacote de sentimentos.

Mas agora é tarde,

Os rostos se voltam para ele.

E transmitem repudia.

O poeta na chuva,

É o pior dos seres humanos.

Quantos matou?

Quantos roubou?

Quantos feriu fisicamente?

Talvez nenhum.

O poeta na chuva é especialista em destruir corações.

Aprendeu desde cedo.

Que o mundo era dele.

Por isso, sempre descartou o que tinha,

Para conquistar o futuro.

Mas não é de conquistas seu destino, é de saudades.

O poeta na chuva, sempre decide ficar calado.

Por uns momentos, até consegue desaparecer.

Mas o escuro é tão intenso.

Que suas lágrimas brilham.

Seus soluços ecoam no espaço, no vácuo do silêncio.

O poeta na chuva, já sabe onde tudo termina.

É impossível evitar.

É impossível prever o momento.

Quando o derradeiro segundo chegar.

Ele achará justa, sua condição.

O poeta na chuva, não se arrepende.

Não saberia fazer diferente.

Se mil vidas tivesse.

Mil vidas entristeceria.

Escravo eterno das condições terrenas.