Quisera fossem sonhos

Para nunca mais te ver!...

Como se fosse uma vela branca,

Sumindo no horizonte.

Para nunca mais te ver!...

É esquecer que a vida pode raiar,

Brilhar em cada manhã,

Participar do ocaso, ser poente,

Apenas para o descanso,

Debruçando na noite as cobertas do amor.

Para nunca mais te ver!...

É tentar esquecer que falo em poesia,

Nas folhas, páginas da tua vida,

Como se escrevesse em teu corpo,

Cada vocábulo, em cada palavra meu nome.

Para nunca mais te ver!...

É um sonho que nunca sonhei,

Pesadelo em noite escura,

De mar revolto sob a procela.

Para nunca mais te ver!...

A razão desconcertantes que questiona,

Indaga a fundo tudo quanto entendo,

Onde as respostas são claras, evidenciam,

Descobrem finais sem parágrafos,

Um caminhar incansável,

Desdobrando a solidão que se estende,

Estica na estrada, um tapete escuro,

Sem o colorido dos lápis das crianças,

Com cores jogadas a esmo.

Para nunca mais te ver!...

Se acontecer será o encontro último,

Da vez criada por nós.