VÁCUO!

Talvez fosse melhor não escrever.

Fazer calar a voz d’ alma...

Do coração não ouvir nada...

Deixar os olhos entregue as lágrimas.

Prostrar-me diante da solidão em total abandono.

Sentir o frio que vem da brisa...

Cobrir-me de nostalgia.

Por que do intimo falta-me forças para exorcizar,

Este sentir dolente que me tinge de cinza,

E me faz sombra pungente no meio de tanta gente.

Mesmo exposta ao sol sou um corpo frio.

Quero em silêncio percorrer lembranças.

Tentar emergir do mar de angustias.

Recuperar meu fôlego de vida.

Resgatar minha alegria...

Que há muito tempo permanece adormecida,

Num canto qualquer de minha estância... Esquecida.