FOSSE O POENTE

Perder-te seria um fardo

O mais duro, o mais pesado

Meu Eu talvez sucumbisse

e quisesse deixar de ser

Não haveria mais dia

tudo noite, então, seria

Dor latente, lancinante, angustiante de se ter

Perder-te seria má sorte

Por que, então, assim viver?

Pari você num dia quente

querendo te ver crescer

sob a força da Luz Solar

belo, feliz, reluzente

Tanto amor para ti dar!

Perder-te seria uma morte

`A ti não mais cantar

Como, então, continuar?

No peito um profundo corte

e a alma a se derramar

Toda a vida se esvaindo

o sangue a não estancar

Perder-te seria uma morte

Crônica dor aguda

Escuro profundo demais

no horizonte a se alastrar

O Eu não surportaria

o Ser não mais poderia estar.

D.V.

25/08/06

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