Peso morto

Evoco as forças que não me esquecem

a malograr um inimigo intento;

não sabem eles com quem lidam e apodrecem

a vociferar inutilidades ao vento...

Imbecis vos digo, pois assim vos penso.

Assim vos vejo e nada vai mudar;

vos considero mortos a rastejar,

pela podridão do próprio desalento.

Escárnio vil de um infeliz passado...

Restos solenes de uma cultura morta;

sois do que lembro o que menos importa;

gentalha imunda a se deixar de lado.

O que sois senão uma lembrança amarga?

Chagas estúpidas de um tropeçar qualquer.

O que sois senão uma simples praga?

Não sois nada do que podem ser...

Não passam de vermes a consumir carniça;

semblantes de maldizer e cobiça;

não passam de mortalhas vis...

Corpos jovens com almas senis...

São figuras sem significado...

Apenas fantasmas vivos...

...ecos do passado...