Espelho
Não encontro em mim motivos de admiração.
Olho inúmeros e torpes defeitos.
Sou algoz de minha vida.
Sozinho, condição recorrente em meus dias, sou tomado de vontade nenhuma.
Reconheço provável exagero de minhas observações, porém a realidade afirma minhas convicções.
Falhei como filho, como amigo, como profissional, como ser humano.
Refletindo o tempo, amadurecimento me coloco inerte, repetindo erros.
Sobrevivo sobre insistente falta de vontade de viver.
Não quero mais pensar em mim, nem em nada; queria poder me iludir, talvez encontrar uma razão para prosseguir, para ter mais um sorriso sincero nos lábios.