Amigo Oculto

Ele não pode entender, nem saber o porquê.

Ele limitou-se a esconder, se esconder, sabe-se de quê.

Ele nunca conheceu o amor, mas já provou de seus males.

Ele que na mais ingênua e tenra idade fora destruído por si mesmo.

E seus sonhos, seus sonhos se foram...

Ele que nunca teve esperança perdeu-se em sua derrota.

E derrota, derrota, derrota... Que derrota... Seu amor.

Ele que semeou em campos de sombras e colheu a singela solidão.

Seus tormentos e suas dores nunca venceram sua força,

Mas sempre respiram ao lado dela, o seco ar do fracasso.

E fracasso, fracasso, fracasso... Que fracasso... Sua tolice.

Ele que na mais fria e humilhante humildade, deteriorou-se.

Seus sonhos ele não pode alcançar;

Seus medos sempre vão o derrotar;

E jamais tentará... Ressecado... Morto.

Ele que nunca pôde gratificar aos que amou.

Ele que ébrio só sangra, e dor.

Tão fraco... Sempre perdeu!

Mudanças superficiais não podem mudar o passado nem o futuro.

Todo ouro vira espinho em seu planeta.

O seu Deus o ri, o seu Diabo o chora.

Juventude foi roubada prematura.

E o luto eterno que aqui jaz, despede-se para a fúnebre canção.

Tempo e lembranças não morrem.

Em algum lugar revivem.

Tenha medo! O tormento infinito arrasta-se para ti.

Tenha dó! A sombra eterna o cobrirá por toda a eternidade.

E todas as suas lágrimas congelarão no mais puro e incerto universo.

Meu outro eu...

Meu fel espírito...

Meu suicídio...

Glaucio Viana
Enviado por Glaucio Viana em 07/09/2006
Código do texto: T234799