Meu porto de abrigo...Meu porto seguro

É assim que regresso ao meu Porto seguro

Assim, com os olhos rasurados de lágrimas e uma ferida no canto do coração.

Este tão pequeno, tão cerrado, tão despido de nódoas e coberto de essências

Marcos e maresias de saudade.

São relances e nuaces que lhe dão vida

Que lhe permitem um bater ora pausado, ora tão acelerado quando uma paixão que morreu outrora numa esquina do tempo.

E como dói... Dói na alma como uma ferida que sangra sempre

Está sempre aberta

Sempre em retalhos nostálgicos e infecções constantes

Sem trato

Sem cuidado

Sem cura esta doença com o teu nome.

E assim fico

Só, tão só quanto esta solidão que teima em não me abandonar

Com uma corda ao pescoço que não me deixa gritar

E como eu preciso de um grito

De um salto

De um voo de liberdade.

Ai, e um abraço

Um abraço profundo

Um afagar dos cabelos

Um horizonte longínquo que me proteja da realidade

Que me afogue a dor, me sacuda a vida e me permita sonhar.

Entre asas e luares

Rasgos de luz sem crostas...

E assim regresso ao meu porto

Com um lamento na alma

Um vácuo na lenda

Uma história secreta

E um abraço sonhado

um regresso ao meu porto

ao meu ponto de abrigo...

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 07/09/2006
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