Carlitos.
Por que será que os teus pés
tem esse andar desengonçado
e em teu rosto tão engraçado
baila sempre um sorriso triste?
Será então tua alma que resiste;
mesquinhez de tão torpe refrega
não tem amor...não se entrega?
São muitos sussurros sem gritos;
calado, pareces sempre Carlitos
resistindo ao tempo e ao revés...
Essa girândola de parva amargura
razão doida, paixões inconfessas;
não é a religião que professas,
por esse motivo mesmo, pesada,
buscando tudo e obtendo nada;
mas com a essência do lutador
absorves a tristeza do desamor
quando seria tão gracioso e fácil
em um prodígio de beleza grácil
livrar-se de toda a desventura.
Entre versos e trechos bonitos
nos puros caminhos semânticos
abrigam-se os tolos românticos
para viver os seus anos poesias.
Mas no correr das noites e dias;
de rimas ricas e claras, estupendas,
-não te corriges e não te emendas-
a tua história é obra inconclusa
uma algaravia só, turva e confusa
sem os lindos finais de Carlitos...