Carlitos.

Por que será que os teus pés

tem esse andar desengonçado

e em teu rosto tão engraçado

baila sempre um sorriso triste?

Será então tua alma que resiste;

mesquinhez de tão torpe refrega

não tem amor...não se entrega?

São muitos sussurros sem gritos;

calado, pareces sempre Carlitos

resistindo ao tempo e ao revés...

Essa girândola de parva amargura

razão doida, paixões inconfessas;

não é a religião que professas,

por esse motivo mesmo, pesada,

buscando tudo e obtendo nada;

mas com a essência do lutador

absorves a tristeza do desamor

quando seria tão gracioso e fácil

em um prodígio de beleza grácil

livrar-se de toda a desventura.

Entre versos e trechos bonitos

nos puros caminhos semânticos

abrigam-se os tolos românticos

para viver os seus anos poesias.

Mas no correr das noites e dias;

de rimas ricas e claras, estupendas,

-não te corriges e não te emendas-

a tua história é obra inconclusa

uma algaravia só, turva e confusa

sem os lindos finais de Carlitos...

Joscarlo
Enviado por Joscarlo em 31/07/2010
Reeditado em 31/07/2010
Código do texto: T2410604