Só mais um que foi roubado pelo tempo.

Sumiu!

Muito do que eu via,

tão simplesmente,

quanto a noite

tornando-se dia.

Sumiu!

Não sobrando

nem a sombra,

assombrando,

o nada que

sobrou.

Sumiu!

E o que restou

foi o silencio,

que se entranha,

gritante

na alma

de um desiludido,

cavaleiro andante

que agora perdido

ri do moinho de vento.

Sumiu!

E aquele que só esperava

ter um amigo nessa vida

agora escarra

de tanto chorar

triste sentado

na tumba do único

amigo, que

em tão pouco tempo

sumiu.

Nevilton de Alencar, 12 de Fevereiro de 2005.