( *!*) Como navalha na carne

Como navalha na carne

Sangue jorrando lentamente

Alma negra em luto

Desfalece o poeta

Entre linhas mal escritas

Não acabados versos

Riscos e rabiscos

Em folhas soltas

Tempo com memória

Assim termina a historia

Como navalha na carne

Penetrando na sua veia

A dor já sem sentir

Não se fala de amor

Mas só da dor

Que desvalerá no peito

Sussurros lamentos

Onde esta a alma do poeta!

Que falava de amor

Se escondeu no lamento?

Como navalha na carne

Que fez grande corte

Com cuidado

Tirando lentamente

Fazendo curativo

Tratando com carinho

Transforma-se como lagarto em borboleta

Como na flor não se sente só espinhos

Mas o perfume que fica nela

Assim escreve o poeta entre linhas

Como navalha na carne

Não há só poesia de amor

Mas de lamento e dor

yaclara
Enviado por yaclara em 09/08/2010
Código do texto: T2427230