Essa dor no meu peito.

Estou regressando ao lugar que foi meu berço.

sinto uma dor imensa em meu peito.

É de saudade,dos banhos de chuva,

Do cheiro da terra,

Dos tempos primeiros...

sinto uma dor de proporção astronômica,

porque quando chegar, sei que não vou encontrar,

Quem um dia deixei e parti.

pensei que estaria lá,no dia em que eu voltasse.

Mas encontrarei o ninho vazio.

se meu coração gritar,chamar,não haverá voz para responder.

O tempo mau chegou,trazendo-me grande dor,

Que eu não pensei sentir...

Mas sinto.Talvez pelo luto não vivido,o pranto não chorado,

São tantos porquês...

Agora choro e lembro, quantas pequenas alegrias,

viveu ali a criança que fui,

Tantas tristezas que nunca ousei declarar...

E chorava em silêncio sentindo as dores só minhas.

Agora regresso triste,vou tentar chorar.

Ali onde foi meu lugar e já não é

Mesmo ainda sendo,de algum jeito,

Quem sabe ao chegar,eu possa expurgar

Essa dor do meu peito.

E chorar esse luto de fato.

Quero andar por caminhos que nunca esqueci,

Descalçar meus pés e sentir aquele solo,

E debaixo da árvore ficar em seu colo,

Infância querida!

Quero ser a menina que fui.

E purgar essa dor do meu peito...

Rever aquele céu,pisar naquele chão...

E olhar a casinha onde morou a menina que fui.

Embora tão triste, ainda resiste a casinha.

Mas se foi a Maria que eu tive.

Eu não sei o que me espera,

Mas sei o que espero:

E tudo que preciso é chorar essa dor.

Viver esse luto,derramar esse pranto

Para tentar arrancar essa dor do meu peito!

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 13/08/2010
Reeditado em 13/08/2010
Código do texto: T2434945
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.