Jardim corrompido

Lancei-me ao jugo do vento

Como uma folha ressequida

Num sopro esmo pela rua

Sou água salgada no deserto...

Sou promessa, mero pensamento

Sou como uma flor jazida

Pelas noites enamorando a lua,

Vivo distante mesmo quando perto...

Sou um sopro liberto do fracasso

Pois, meu futuro é um breve acaso

Vós me dais vida quando quero morte

Sou pétalas e também espinhos

Sou um sopro do sul até o norte

Noite e dia varro os caminhos

Como névoa pelas manhãs de inverno

Sou um superficial homem moderno...

Por que me cobra o que não me deste?

Queres além do que já me tiraste?

Se já vou mendigando pelas avenidas

Uma pitada de paz e talvez sossego,

Um grão de açúcar para meu ego

Disperso por longos impulsos suicidas,

Ó triste legado que me deixaste,

Por fim sou jardim corrompido por tua peste...

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 15/08/2010
Código do texto: T2439636
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