Nuvens do passado

Quando você fala dos meus mestres idiotas,

Digo que não é escolha ou mesmo falta de opção.

Nem, ao menos, é desejo de viver somente agora —

É ternura que me agrega e arrebata o coração.

E seus aprendizes que não custam nem um dólar?

“Quem eles pensam que são?”

Sempre lhe pergunto o que houve à sua porta

Pra que tudo que há de errado nunca tenha seu perdão.

Por que nunca me conta o que houve?

É grave tudo aquilo que ainda ouve?

É forte meu desejo de sonhar, de proteger;

São fortes os caminhos que levaram a você.

Não me abandone;

Não se assuste se eu pergunto do passado.

Não se abandone;

Não se ofenda pelos choros em que nado.

Perto dos três meses de revanche,

Vejo que viramos nossa mesa.

Sobre arquiteturas e desmanches,

Nunca mais nos preocupamos se haveria sobremesa.

Pois amamos um ao outro.

Juntos, fomos borboletas e besouros.

E seremos pela breve eternidade

Os faróis que ainda vibram às cidades.

Caio Trova
Enviado por Caio Trova em 15/08/2010
Código do texto: T2439770
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