elegia
...
nesta hora o mar tem expressão taciturna
à orla, fria, marejam tristes vislumbres:
densa margem de aljôfares rubros
permeiam o cintilar, débil, da lua
a inibir centelhas... ofuscando três-marias
à torre o submisso ponto iluminado
o farol e a imensidão
num pacto embriagado
a água salgada lambe os pés da espera
cresta de frio o adentro do dia
a solidão se aglomera, úmida entre as pedras:
rejuntes de prantos a asfixiar carência
o mar é cúmplice a recolher lágrimas
a irmanar o sal, o exílio e a ausência...
a noite veleja inalterada às sombras
de águas funéreas e os sargaços crescem pardos:
agasalham o silêncio das pedras
a lua míngua etérea
em panos anoitecidos...
no mar em transe
singra a esquife:
'ophélia' abraçada aos ramos
da saudade
...
nesta hora o mar tem expressão taciturna
à orla, fria, marejam tristes vislumbres:
densa margem de aljôfares rubros
permeiam o cintilar, débil, da lua
a inibir centelhas... ofuscando três-marias
à torre o submisso ponto iluminado
o farol e a imensidão
num pacto embriagado
a água salgada lambe os pés da espera
cresta de frio o adentro do dia
a solidão se aglomera, úmida entre as pedras:
rejuntes de prantos a asfixiar carência
o mar é cúmplice a recolher lágrimas
a irmanar o sal, o exílio e a ausência...
a noite veleja inalterada às sombras
de águas funéreas e os sargaços crescem pardos:
agasalham o silêncio das pedras
a lua míngua etérea
em panos anoitecidos...
no mar em transe
singra a esquife:
'ophélia' abraçada aos ramos
da saudade