Mundo vazio

Sou única para mim,

Única no mundo,

Capaz de me ver,

Capaz de ser.

Meus livros, meus amigos,

Vocês nunca me deixarão.

Ao menos que uma fagulha moribunda

Faça-lhes a extinção.

Os batimentos que ouço

São os do relógio da parede,

Que dentre quatro alinhamentos

Faz-me o seu tormento.

As horas do dia passam

Sem que se possa ver.

Os acontecimentos passam

Sem que possam acontecer.

Meu coração pula miúdo,

Minha voz se extingue.

Minha insegurança é grande;

Não ouço ruído.

Paro perante a pluma,

Que voa leve com o vento.

Enquanto eu retorcida penso...

Será que um dia vôo sem a solidão?

Sem a amargura doída da ingratidão?

Que as pessoas insistem em liberar

Aos montes e sempre

Que alguém como eu

Compromete-se e acredita

Que está sempre a sonhar...

Na imensidão extraordinária

Da emoção.

Pamela Faria
Enviado por Pamela Faria em 29/08/2010
Código do texto: T2466839
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