Não chorem minhas palmeiras do Maranhão!



O dia amanhece no cerrado maranhense,
Projetos de lavagem de dinheiro alçam,
No mais desgraçado porto circense,
Chamas das perdições alvoraçam e laçam.

Ó Deus que dia mais horrendo!
Um dia a terra vai tremer no seu eixo,
Partir-se-á ao meio com toda a razão,
Sem comiseração será a melhor solução,
Será a coisa mais bela de todos os tempos,
A destruição impera sem qualquer perigo,
Homens dos olhos avarentos não aprendem,
E não fazem o futuro promissor do planeta.

Não haverá castigo que os condene,
Não há cadeia que os segure,
Não haverá pena sem condenação,
Nem multas administrativas de nada têm valia,
Eles não pagam e sorriem.

Para que servem uma notificação?
Só serve de números em papéis,
Fiscais acobertados com o bolso,
Ó sertão dos cocais. Ó Palmeiras!
Não chores com a derramada de fogo,
Que avançam no mar verde caído,
Não chorem minhas palmeiras do Maranhão!
Com o caldo quente que avança na derrubada,
Tratores do belzebu e um amaldiçoado correntão,
Arrastam com perversidade o cocal verde,
Em poucas horas todas as palmeiras no chão.

Ó Deus que dia mais horrendo!
A biodiversidade não resiste a queimação,
Onde está o monitoramento espacial?
Que é tão cego e não avista o deserto de fogo,
Um processamento de imagem inerte.

Ó Palmeiras plangentes! Não chores!
Aguentas firme no chão! Não chores!
Deixem o fogo eterno se alastrar pela terra,
Não derrames mais as tuas lágrimas,
Não há lei que impere essa digestão,
Que humilha e pisoteia todo o cerrado.

Ó palmeiras que sofrem e choram!
Sem piedade dos homens que fazem a nação,
Capitalistas do dinheiro do governo,
Empréstimos desordenado e aprovado,
É mais trabalho e boca para a destruição.

Ó Deus das alturas que dia mais horrendo!
Em poucos tempo estão vivendo do bolsa família,
Não há nada que dure com a imperfeição,
E ainda querem eleger uma maldição,
Para governar com traição.

Ó Deus do Altíssimo Celestial!
Vejas! Este é mais um dia horrendo!
Que haja fogo em forma de dilúvio por todo o planeta,
Estarão perdidos sem volta ao encontro do sol,
Adeus palmeira verdejante! Vem aí o algodão,
Mamona, a soja e o girassol,
Grande bandeira de progresso para nação,
Cadê as aplicações das políticas públicas?
Onde está o sensoriamento remoto?

Adeus palmeira gigante!
Até os satélites ficam cegos,
Não servem para nada a não ser como paisagem!
Aragem dos impulsos selvagens!
Cadê a Amazônia Legal?
Onde será a cobertura nativa do bioma?
Vai morrendo com projeto bestial,
Com dois anos nada mais existem,
Chão vazio de tristeza e lamentação,
Grana no bolso do próprio governo,
Compra fazenda e até um avião,
Dinheiro fácil é como o dinheiro do ladrão,
Tanto rouba como perde com a maldição.




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ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 01/09/2010
Reeditado em 30/09/2011
Código do texto: T2471588
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