PÓ, de mim.
Minha fonte secou.
O sol se pôs sobre o interior da minha terra
Apagou-se, mas não sem antes queimar tudo por dentro.
Não era calor de verdade
Era uma incandescência debochada
Que aos poucos me apagava enriquecendo-se da minha luz.
Eu que tanto lutei
Pra que todo meu mal fosse desfeito,
E vem este fogo imperfeito, roubar o pouco de mim, que dó!
Eu que já fui luz
Tornei-me pó... Dó de mim tenha dó!
Aqueça-me sem me roubar, sem me ferir (interferir).
Não há agora chão
E sopro o que restou, que vai pelo ar.
Uma parte de mim vem e leva outra consigo
E eu vou ficando
Aqui com pedaços esperando
Vendo partes de mim se acabando
E sem solução
Fico aqui com o pouco
Que ainda tenho
Quem sabe
A chuva molhe
E me refaça de
Novo.
Ou de fim.