Ridícula solidão

Escrevo minha própria história

Falo incoerentemente dos meus sentimentos atorduados

Resíduos de esperança alimentam minha alma

E uma trépida ilusão reminiscente nasce dentro de mim

Olho em seus olhos, vejo seus medos, mas não irei ajuda-lo dessa vez

Passo a passo você vaga em um mundo criado por você mesmo

Sua voz chorosa repete palavras alucinadas

Sinto-te sumindo na camada acinzentada do tempo

Olho-te de novo nos olhos

A verdade é que te perdi, a verdade é que nunca te tive aqui

Meus olhos lacrimejantes se assemelham ao oceano profundo

Goticulas salgadas de solidão são expelidas por minhas entranhas

A frieza dos seus sentimentos faz-me repelir a idéia de ainda querer-te

Tenho palpitações antigas, esperei-te chegar, amei-te com sentimentos medievais

sucedidos de tamanha realidade

Mas fora puramente sonho, puramente ilusão

Não há mais motivos para querer-lhe de volta

Não há sequer motivos para um dia ter-lhe amado

Procurei caminhos distintos, deparei-me com linhas paralelas

Averiguei seus atos cotidianos, invadi espaços ocupados

Vaguei numa estrada sombria

Mas no fim me deparei com a ridicula solidão.

funérea
Enviado por funérea em 29/09/2006
Código do texto: T252389