Inquietude
Derradeira noite. Um fio de vida
ainda sopra o pouco ar que lhe resta.
A fala é susurro.
Inquieta, implora por calma
minutos antes da partida.
Olhos suplicantes rogam preces
pelo que lhe resta de tempo,
pelo tempo que a espera além.
Olhos que brilham assustados,
se despedem, aos poucos desaparecem.
O corpo não sente mais; membros torpes
já não são deste mundo. Parou!
A calma vence a inquietude para sempre.
O sono profundo e eterno desliga a alma
que vai acordar em outra vida.
P’ra não lembrar que sofreu,
p’ra não lembrar que chorou.