UM ARQUÉTIPO PASSADO

Pendurado em meu peito

pende um coração molestado;

lento, pêndulo que descompassa

meus passos desorientados...

Pulsos arquétipos de um passado

que resistem acidamente ao tempo;

pensamentos esvoaçam obscuridades,

sentimentos à cova destinados

por um remetente desconhecido.

O horizonte a que me destino

é tão infiel quanto o próprio mal

que dilacera um ser já semi-vivo;

insólito destino que se me constroi:

profana meu sagrado íntimo,

dessacraliza ao ponto de insensibilidade

alma já quase desencarne d'um corpo...

medonho, fraco, pobre, irresistente...

Tiago Curralo
Enviado por Tiago Curralo em 06/10/2010
Reeditado em 06/10/2010
Código do texto: T2541352
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