MORBIDEZ INSÓLITA

Quando eu morrer;

Sepultem meu corpo

Junto a um rio.

Na sua margem esquerda,

No seu curso contrário.

Sou às avessas e assim fazendo

Continuo sendo... quando eu morrer!

Nesse lugar as árvores vão frutificar.

Sob suas sombras, belas flores ficarão a verdejar

E a embelezar esse lugar.

Quando eu morrer;

Se lágrimas nas faces rolarem,

Deixem-as cair ao solo

A fim dessa terra irrigar...

O corpo inerte lá se decompondo

Para a terra adubar,

Fará a flora aparecer formosa

Nesse meu lugar... quando eu morrer!

Samambaias, copos de leite e muito mais nascerão.

Pássaros mil voarão em círculo.

Muitos ninhos eles farão.

E nesse lugar, onde meu corpo vai...

A vida, representada pela natureza

Presente estará... quando eu morrer!

Esse é um pedido poético

De um poeta falido

Antes mesmo de nascer!

... Morte, a única presença certa

na vida de quem dá

o primeiro respiro!

É por isso que não a temo...

Esse lugar por mim sonhado,

Nada mais é

Que um estado de espírito

Que só aos poetas

Esse sonho é permitido.

Quem sabe um dia entendam;

Talvez,... quando eu morrer!

(PEREZ SEREZEIRO)

José Roberto Perez Monteiro – SCSul – SP serezeiro@hotmail.com serezeiro@yahoo.com.br

Perez Serezeiro
Enviado por Perez Serezeiro em 18/10/2010
Código do texto: T2564061