Das Asas

Lembrei-me da infância

Quando jazia em minhas asas

Todas as penas de Amência

E eu tão livre sobrevoava as casas

Agora desfolhadas, desterradas

Num desejo de frouxo debater

Permanecem assim amuadas

Num sonho tão distante reviver

As pernas trabalham sozinhas

Já não flutuam sobre o chão pesado

Onde nascem livres, ervas daninha

Os pés de repuxar tão assim cansados

As penas perdidas esvaíram

Já não há como reavê-las

Nem sei quando das asas caíram

Ai de mim que não poderia perdê-las

Ei de fazer-me resignar

Desta infeliz condição

De somente com as pernas caminhar

Manter-me tão perto da razão