Falam as rosas

É tarde, muito tarde e de tão tarde
Chega a ser cedo, implora minha alma
Sossego para o sono se restabelecer.

Na favela o estampido da pesada arma
Assusta e acelera meu coração;
A madrugada é triste, o silencio já não existe
Para que o sono e o sonho possam se entender.

Abro a porta do quarto e ouvindo o estampido
Dá vontade de correr, mas correr para onde
Se por todo lugar que vou corro risco de morrer?

Autoridade só a Divina que determina
O que pode ou não pode ser
Enquanto ouço estampido das armas
Na favela escrevo versos pra voce.

Quero que seu mundo seja de amor e paz
Que a felicidade lhe acompanhe;
Que a voz muda seja ouvida
Que as flores falem para sempre com voce .

E se este amor e essa paz lhe sobrarem
Tenha piedade de mim!
Silencie minhas madrugadas
Para que eu possa em paz adormecer!
R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 23/11/2010
Reeditado em 23/11/2010
Código do texto: T2631558
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