Pequenos versos melancólicos

Noites sem sono e dias sem paz

vive em alegria, enquanto for capaz

O copo de vinho, o corpo usurpado,

o suspiro de que fora assim tomado...

Ele foi julgado, rotulado e condenado

de um mundo da qual não pode ser perdoado

Sede de vingança mancha suas brancas asas

A inocência é um gosto já tão distante

Homem, anjo, demônio, Deus, quem sou eu?

Pai, mostra a luz a este filho teu...

O corpo tem poucos anos, a alma tem milênios,

O pesar de séculos e a experiência de poucos meses

Quanto tempo ainda resta para o fim?

Tempo demais a esperar, venha logo a mim

Se é por vida, se por mera travessura,

Despadaça-te enfim, com dura doçura.

Um Eduardo Qualquer
Enviado por Um Eduardo Qualquer em 30/11/2010
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