A Escada da Casa da Morte

Do alto da escada da casa da morte

Desci sem rumo em devaneios sísmicos,

Com asas de anjo e sangue nos pés.

Delicadamente a espiral consumia-me

Em fardo, em vida, pesadelo.

A imagem vertigem seguia meu olhar vítreo

Em cada gota de sereno pousada nas pedras,

Cercando minha razão com desfoques frios

E sonolentos anseios.

A morte me fita imóvel e impassível.

Vendo-a daqui, a luz a coroa e a santifica.

A lua sangra na ponta da foice

E seca em pó de estrelas.

Deixo-me descer pelo turbilhão de degraus

Que rodopiam a torre dos vencidos.

De onde vejo o breu das entranhas

Do fim da escada da casa da morte.

Alex Dumal
Enviado por Alex Dumal em 18/10/2006
Reeditado em 12/09/2008
Código do texto: T267080
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