Em letras perdidas, jogadas,
palavras dispersas sem sentido,
num intento de um breve momento,
conto o turbilhão que tenho no peito,
sem conseguir tantas vezes
não são as letras suficientes.
E então, fugaz escapa-me do olhar,
a única expressão que poderia eu dar
para as coisas que não consigo falar
uma pequena gota de dentro de mim,
brotando da amargura, da solidão,
fazer-me conhecer não consegui
nem mesmo dizer o que há em meu coração.
Tranquei em mim em escuros cantos,
uma criança que soluça em prantos,
consumida do medo de morrer,
com medo de jamais viver.
Eu, cárcere de mim mesma,
fugi e me escondi,
e me vesti da couraça da indiferença,
sem perceber que já morri.