A LINHA DA ALMA

A LINHA DA ALMA

Entardece... Lá o amor acontece.

Insistem as estrelas em vir à terra.

A noite vem e o corpo entorpece;

Nessas horas quase tudo emperra.

Mas o amor é, quando anoitece

E traça uma linha que se imagina...

A ligadura da alma que não esquece

Nem com o cheiro da mescalina.

Logo depois o amor amanhece

Sob o lençol desarrumado, sutis odores.

Um café na cama, um beijo e desce...

Da manhã, tarde, noite dos amores.

É a mesmice do amor que entristece

Quando perde o suave gosto de maçã,

Ou a dourada fonte que envelhece,

Perde brilho, novidade, cheiro de hortelã.

Lá o amor chora e na solidão padece

É folha murcha no fim da tarde

Lá, onde amor e dor... Cada um acontece

Chorando no peito do homem covarde.

WalterBRios 14 de março de 2005

Walter BRios
Enviado por Walter BRios em 19/10/2006
Reeditado em 19/10/2006
Código do texto: T268320
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