Prisioneiro Imunológico

Posso sentir a morte em meus olhos

Meus olhos profundos

Que tudo vê e acha imundo

Mas, a morte não está em meus olhos

Está em todo meu corpo

em minha respiração vaga e indecisa

na minha alma escrava

do medo e da dor

Posso ver nuvens negras em minha cabeça

Negras como à noite

Noite louca, noite horrenda

Prisioneiro da loucura

tenho a morte no meu sangue

E a cada batimento cardíaco

centímetros meus vão morrendo

Minhas defesas não existem

Minha vontade não existe

Minha razão não existe

Meu amor, meu ódio e minha arrogância

não existe mais

Não existe vida

Não existe nada

Apenas um vácuo

Apenas um corpo.

Henrique Rodrigues Soares - Romaria Lírica