Compaixão...

Entrei me na noite sem lua

das sujas ruas

cheirando odores sem prazeres,

sentidos medos penetrando nesta floresta escura,

negra, bafienta,

pântano de almas sofridas

desconhecendo onde nasce um sol que seja,

auto flagelação suprema impiedosa de destinos

dores carnais inexistentes,

escravidões insanas,

onde morte representa,

enfim,

sossego,

saturação de falsos heróis cobardes,

rastejantes,

atacando mais fracos já apodrecendo

nas sarjetas,

suplicando por copo de vinho,

logo vomitado,

ri me de frases avulsas,

doentias,

quero toda a Luz,

mesmo no luar tapado por nuvens negras,

o destino passará sempre

pelo Mar,

navegando sem rumo ao som de vento

forte,

procurando ainda mais longe

que tormentas desconhecidas,

até um dia,

me fundir com a lava de vulcão emerso

no mais profundo oceano,

em compaixão...

Toda a Luz para 2011....