TRAGÉDIA

Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo,

Sois causadoras de maldades e desatinos?

Vinganças que a natureza lhes preparou,

Em razão de crueldades de seus filhos,

Praticadas por suas insensibilidades?

Não, nada disso, ao contrário, colírios,

Cidades serranas que se conheciam,

Pois tinham características parecidas,

E ao pé das serras recebiam amenidades

Do clima gostoso temperado com brisas.

Matas densas traziam o perfume das flores,

E lá no alto dos morros pássaros em festa,

Cantavam felizes no ressurgir da auróra,

Com sussuros das cachoeiras caindo suaves,

Pois todas as belezas ali se encontravam.

Chuvas densas acumuladas nas nuvens,

Negras, sem cores, com visual sinistro,

Foram despencando encharcando a terra,

E árvores sem raízes nascidas nas pedras,

Num repente foram deslizando incontroláveis.

Levaram de roldão matas antes tão densas,

Bonitas pelo verde tão vivo e cheias de flores,

Deslocando pedras que não tinham sustentação,

E numa rebeldia incontrolável tudo se arrastou,

Casas, carros, familias inteiras que pereceram.

Nas cidades onde tinham a simetria das ruas,

Com jardins, praças bonitas, avenidas, Igrejas,

Rios pequenos se transformaram em gigantes,

E numa fúria incontrolável tudo destruiram,

Como se tsunamis por ali tivessem passado.

Não posso conter o meu chôro por vidas perdidas,

Muitas visíveis esperando por reconhecimentos,

Adultos, mães, idosos e até inocentes crianças,

E outras cobertas por lamas e todos destroços,

Podem aumentar em muito a tragédia anunciada.

Porque? Casas construidas ao sopé dos morros,

Que quando deslizam não respeitam fronteiras,

Nem classes sociais pois ricos também sucumbiram,

Tudo diante das agressões que a natureza sofre,

Que quando se rebela mostra fúrias incontroláveis.

14-01-2011