Carpe Diem

Durante toda a minha vida

Vivi numa intensa correria

De casa para o trabalho e vice-versa

Quando o dever me chamava, eu estava lá.

Hoje, cara a cara com o juiz

Sou condenado a ver

Tudo aquilo que nunca vivi.

Nesse último instante que ainda me resta

Lamento por não ter brincado, por não ter saído,

Por não ter feito amigos e não curtir minha família (pais e irmãos);

Por não ter amado ninguém,

Nem a minha vida, só o meu trabalho.

Se eu tivesse outra chance, faria tudo diferente.

Contemplaria as coisas mais simples:

O céu, o pôr-do-sol, as flores, um sorriso, uma palavra.

Faria amigos aos quais poderia falar sobre minha vida

E escutar os problemas deles.

Formaria uma família, teria filhos,

Pessoas para amar e que me amassem.

Aprenderia uma nova forma de viver

Um viver diferente, mágico.

Onde cada instante seria único

Onde cada dia fosse esperado com ânsia,

Ânsia de viver, de amar e ser amado.

Infelizmente isso é impossível.

Minha hora já chegou

O martelo foi batido

E eu, condenado a viver eternamente só, triste,

Sem boas lembranças e sem deixar saudades em alguém.

Caro é o preço de não viver extraordinariamente,

De não sugar a essência da vida!

RAJAS

Robespierre Araújo Silva
Enviado por Robespierre Araújo Silva em 21/01/2011
Código do texto: T2742130
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