A VIDA DE NUNCA MAIS
Odir, de passagem

A escuridão dá tréguas aos coriscos,
que riscam riscos de luz.
O barulho é bem maior
que os estrondos eternos
nos horrorosos quintos
das fontes de fogo dos infernos!

A morte brinca de esconde-esconde.
Os rios levam levas de vidas
às letais latências dos leviatãns!
Os gritos gritam à toa.
Os ouvidos, fadados a ouvi-los,
engolfam-se nos escombros,
locupletam-se de lamaçais,
junto aos olhos de não ver
a vida de nunca mais!

Braços se estendem para os vazios,
buscando os braços dos rios,
braços tentando alcançar!
Crianças ( por quê crianças?!)
bradam, gritam, choram e calam.
Pais e mães que nada falam
nem aos filhos dão conforto.

O que pode fazer,
pela criança que morre,
quem está morto?

JPessoa, 23.01.2011
oklima
Enviado por oklima em 24/01/2011
Reeditado em 24/01/2011
Código do texto: T2748952
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