Declínio

vaza entre as costelas

-minhas costelas-

a forma do eu que se foi...

do homem viril

sobrou o senil

o resto escapou !

e o vento já não me leva

já não sou barco a vela

apenas trapó que sobrou...

apenas farpa que ficou...

e os alísios

que não mais me levam

levam de mim os sonhos

traspassam-me o corpo

esta ossada moribunda

lembrança do eu que já foi

areia na ampulheta...

que meu dedo não segurou !