CONVIVENDO COM A DOR

Mas a dor que corroi a vida,

Como a manhã devora o alvor

E a tardinha chora a dor ferida,

Choram as letras ao compor.

A poesia fala da noite e do choro,

Do olhar que tanto te deseja,

Dos trâmites que tem o namoro

E da tua boca quando me beija.

A dor equivale a tua ausência,

Pois a alma não se separa,

Aposta o dia a tua permanência,

Tanto amor que te declara.

E fica a paixão dantesca

Arranhada de tantos prantos

Que na madrugada fresca

Banha-se nos teus encantos.

Por onde quer que fores tu´alma

Pelos meus fragosos sonhos,

Que se tornaram em ondas calmas

E me fez andar em bonhos.

E sem ter pejo, de sono bosejo;

Na fuga da dor que arde

Quando o teu falar motejo

Paira na mente até tarde.

Vou convivendo com a dor

Como que tendo-lhe amizade,

Ou quem sabe me dispor

desta atroz e árdua saudade.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 26/02/2011
Reeditado em 27/02/2011
Código do texto: T2816612
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.