Anjo Caído

Anjo Caído

No meu estômago adormecem palavras mortas,

Não há milagres para serem contados por mim.

Todas as canções já estão esquecidas pelo vento,

O oceano dorme e sonha com as belas melodias.

Algum dia eu teria sobrevivido às renascenças.

Mas hoje meu peito acolhe as almas das lágrimas.

O céu tão estralado anuncia a vida de um porvir,

E minhas cicatrizes parecem sumir a cada futuro.

Eu clamo pela lua que insiste em se esconder,

E deixo para trás a lembrança das minhas mortes.

Correndo agora atrás de um destino sem mais curvas,

Este livro está perto de terminar para um final feliz.

As mentiras foram presas abaixo do velho carpete,

Lugar de onde não deveria ter nascido nenhum engano.

Quantos hoje são estrelas mortas em céus vazios!

Ainda há muito pra que eu possa resplandecer.

Está poesia nasceu num céu cheio de fantasias,

Donde criei o medo que é envolvido pela dolorosa dor.

Hoje deleito-me no beijo doce dos anjos da noite,

E acordo para o alvorecer esperando outro anoitecer.

O silêncio paira sobre o vazio da meia noite,

Nos meus braços descansa o cansaço de uma dura lida.

A misericórdia me assiste a afogar em rios profundos,

Onde estaria o meu testamento para renascer.

Eu não devia ter caído... Não, eu simplesmente não devia.

Victor Cartier

Victor Cunha
Enviado por Victor Cunha em 26/02/2011
Código do texto: T2816933
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