Híbrido...

Híbrido sentimento,

Gerado da união,

Entre você e a ilusão,

Nasceu minha solidão.

Utópico sentimento,

Que se alimenta de sonhos alheios,

E de imagens que migram de meu passado...

E se fazem meus momentos.

Natimorto sentimento...

Sopro de vida... Uma quase emoção

Que recomeça a cada nascer da aurora,

E no final, abraça o horizonte,

Hora se perdendo no céu de um lamento,

Vezes mergulhando no mar de plácidas águas,

Num beijo que chega com o vento...

Num ritual eterno de entrega e perdão... Sem solução,

Pois deixa em mim, a recordação do crepúsculo...

E nos olhos um brilho, num tom de saudade.

Sonho antigo que se vai... e volta a cada estação,

Envolto em luzes, desabrochando como as flores...

No verão de mil amores!

E como estação dá lugar a estação... Sucumbir afinal

Num solitário inverno infernal.

Dissecado sentimento...

Retalhado pela vida,

Pelas mazelas sofridas,

Vertendo vitalidade... Irrigando minha vontade,

De ser fênix renascida... Das cinzas!

Suturada minha realidade,

Ferida que reabre a cada nova decepção

Ruptura da felicidade comigo na verdade.,

E no silêncio peço socorro...

E sinto na boca o gosto,

De vinho velho em odre novo.

Medíocre sentimento,

Confluência entre mundos,

Hostis, hospitaleiros...

Dualidade de situações, crise...

Ínfima a proteção do meu coração.

Nenhuma reciprocidade na emoção...

Mais impregnada em mim,

Como perfume na flor...

Sempre presente em mim, o amor!

Débil sentimento, que me envolve, me rouba a razão...

Me com asas de cera, faz voar...

Me faz arder de paixão...

E como tal despencar, qual Ícaro iludido

Sem vida ao chão.

Dúbio sentimento, rio de risos e lágrimas,

Vertentes que correm para alcançar,

O mar de meus versos soltos,

Onde afogo meus desalentos.

Palavras semeadas com labor...

Que saboreiam minha dor e catalisam meu querer,

E me levam até você... Meu sonho!

Volúvel sentimento.

Nasceste só pelas minhas agruras e luxúria,

Instável como a lua,

E tão fascinante como,

E em entrego num abandono...

E sinto teu beijo depositado na lápide,

De meu sepultado coração,

Beijo que embalou minha alma,

Se apoderou do meu corpo,

E iludida... Qual mariposa com a luz,

Sem noção de perigo..

Busco em outro coração abrigo,

Para repousar meu sentimento, híbrido!

Observadora
Enviado por Observadora em 06/11/2006
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