Hedionda quimera.

Ah, quem me dera,

Livrar-me da hedionda quimera.

E perdido por entre cigarros

E nostalgias,

Sentia nessas horas d’agonia

O terror da vida que tivera,

E a voz presa na garganta dizia

Por entre lágrimas eu ouvia:

Oh, o vento queima

Os anos queimam

A solidão dessas horas

Desperta vorazmente

A vã dor vulcanizada,

Os sonhos cortam

A vida mata.

Oh, olha a chuva, olha o vento,

Precipita o firmamento

Sem demora.

Dos jardins dos deuses

Restou-me apenas

A frágil aurora,

Tristes cantos

Uivos,

Frios lamentos.

No rosto,

O toque úmido

Do mar

De suas assustadoras ondas azuis.

_ sonhos tortos

Fanados a miséria.

Ah, quem me dera,

Livrar-me da hedionda quimera.

Tomb
Enviado por Tomb em 18/03/2011
Código do texto: T2856017
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