DA VARANDA

PESSOAS SOBEM E DESCEM A RUA,

NO RITMO DA VIDA E DOS SONHOS.

PASSOS APRESSADOS,

COMPASSOS DO TEMPO TRAÇANDO A HISTÓRIA.

PASSAM EM CARROS, MOTOS, BICICLETAS

DESENHANDO A LINHA DOS DIAS E SOMANDO O DESTINO.

SÃO JOVENS, CRIANÇAS, IDOSOS,

QUE AQUI DA VARANDA VEJO PASSAR...

E EU?

NÃO PASSO!

TALVEZ TENHA DESAPRENDIDO A ANDAR.

TALVEZ PRECISE DE MULETAS, CALMANTES, CANETAS E POESIAS.

MINHA ALMA DIVAGA COM OS TRANSEUNTES

E VAGA PERDIDA DE MIM.

TENTEI AMAR DE NOVO, MAS NÃO DEU.

MEUS PASSOS ENTÃO RESERVEI AO ESPAÇO DESSE APARTAMENTO,

QUE É DO TAMANHO DA MINHA TRISTEZA

E PEQUENO PARA TANTA SOLIDÃO.

Laura Duque
Enviado por Laura Duque em 09/11/2006
Código do texto: T286615