NOS ALAGADOS
E a chuva cai nos telhados
Respingando repetido passado
Na grama já outrora encharcada
E o oxigênio se foi
E a chuva cai e cai
E continua caindo
Até que o tempo se alague
Até que já não haja forças
E chove e chove
No vão das idéias
Já não tem espaço
E não posso florir
Nesse resquício de vida
Aqui, passivo, me acabo
Já não existe porvir
Só memória alagada
Só esse vazio inexato
Só um sonho inacabado
Num terreno infundado