ESCOLHA

Ah! como confiei-te a minha vida

Aos cuidados do amor teu,

Nunca esperei de ti tal despedida,

Nem pensar que este se perdeu!

Sempre vi em ti etérea visão

Qual no deserto deslumbra o beduino

Como o sonho que sonha o menino

Na inocência de genuína paixão.

Com isso sofro enfados momentos,

Nas colinas que subo, nuvens tem,

Meu fado de todos são lamentos,

lamento por ti e mais ninguém.

Mas exacerbado as vezes o teu pejo

Contra o meu jeito tão irreverente

Atritando no seio um lugarejo,

Estãncia que acolhe o ar clemente.

Este acerbo vento que me agita,

Um torvelinho, prelúdio da tormenta

E no fundo do meu coração palpita

Uma dor lutuosa, uma amenta.

Ando cabisbaixo, na lembrança,

Sinto que já não posso ver-te

Pois mais remota fica a esperança

De poder agora inda querer-te.

Não resolve estar acabrunhado

Se viraste já a tua folha,

Ergo a cabeça um punhado

Conformando-me com a tua escolha.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 31/03/2011
Reeditado em 31/03/2011
Código do texto: T2882422
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